sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Estudantes da Covilhã - 2

Ao organizarem um conjunto de caricaturas à maneira da academia de Coimbra, os estudantes da Covilhã colocam ao caricaturista o mesmo "problema" que se lhe depara nas plaquetes coimbrãs: demasiado conteúdo.
Na caricatura de cima, até uma Banda Desenhada foi preciso desenhar...

Consultando plaquetes antigas, (a plaquete mais antiga de Coimbra é de 1903), verifica-se que as situações acessórias eram, na maioria das vezes, três ou quatro. É o caso da caricatura de cima (da Covilhã). Essa economia de conteúdo gráfico valoriza o elemento principal da caricatura.

Academia da Covilhã - 1

É inegável que Coimbra sempre foi, por excelência, a cidade dos Estudantes.
Mas entretanto, outras academias têm estado a ganhar expressão.


Por exemplo isto das Caricaturas de Livro de Curso (o termo "plaquete" é popular apenas em Coimbra), é um hábito que, simpaticamente, se vai alargando a outras comunidades universitárias.

 Estas caricaturas são de estudantes da Covilhã. Como curiosidade, chamo a atenção para as diferenças nalguns pormenores do traje. (Curiosidade: a estudante acima, fez questão de que o seu traje académico figurasse apenas em 2º plano, numa cruzeta-manequim)

Veja-se que os estudantes (rapazes) ostentam um chapéu de pastor, que eu normalmente minimizo até um ínfimo tamanho, para não prejudicar a estética do desenho.

As Boas Festas dos caricaturistas

Nós, os caricaturistas de imprensa, temos o hábito de trocar as Boas Festas entre nós, medinte o envio de uma ou mais caricaturas que tenhamos publicado (sob o tema Natal, óbvio!) no jornal para onde trabalhamos.
Como somos uma "tribo" espalhada pelo mundo, caracterizada por uma grande solidariedade e não menor reciprocidade de afectos, as nossas caricaturas cruzam-se ignorando as fronteiras, levando a cada um de nós o traço que cada um está a desenvolver neste momento.
Um dos meus cartões de Boas Festas que correu mundo pelos trilhos da "tribo", foi esse aí de cima.

Nota:
Chamei a isto uma Caricatura. Enganei-me? Não! Se me disserem que isto é um Cartoon, não vos desminto. Mas tenham em atenção que um Cartoon é uma Caricatura. Não uma Caricatura na vertente Retrato Satírico, como as das Plaquetes da Queima das Fitas de Coimbra, sim uma Caricatura de Situação, visto que retrata (satiricamente, claro!) uma decorrência social.

sábado, 13 de outubro de 2012

Plaquetes, Caricatura e susceptibilidades

A primeira plaquete de Coimbra (Queima das Fitas de 1903), que continha 10 caricaturas de quartanistas, mostra oito rostos de expressão fechada, sem  sorriso, com apenas dois a mostrarem a dentuça (o célebre "Pad Zé" e o "Papagaio Açoriano").
 O caso é que uma caricatura é uma síntese gráfica da identidade de um indivíduo. E, se há pessoas cuja característica predominante é o sorriso ou até a gargalhada, outras caracterizam-se pelo seu semblante fechado ou até melancólico.
 Por vezes, uma dentadura é de tal modo sui generis, que se torna elemento essencial para que a caricatura se torne eficaz
 Mas, em Coimbra o caricaturista é frequentemente confrontadocom o esforço de um ou outro estudante que teima em fechar a boca, para que a sua particularidade dentária não fique perpetuada na plaquete...
 Como agir, em situações desta natureza? Uma caricatura só é eficaz, se potenciar essas características individualizadoras. Além de que assiste ao caricaturista a prorrogativa da irreverência...
Por minha parte, não sou fundamentalista. Perante um sorriso "dos tais", daqueles que "estão a pedi-las", trento avaliar com que profundidade é que o/a estudante sofre daquele complexo.
 Se me apercebo de que o "traumatismo" é sério, condescendo em esconder a particularidade fisionómica. Com prejuízo para o resultado final da caricatura, evidentemente, mas a verdade é que...
 ...mas a verdade é que este registo gráfico não é feito para se tornar penoso para o caricaturado (e é ele que paga a caricatura...)
 A Caricatura coimbrã, que seria mais correcto ser denominada Retrato Satírico, tem de ser lisongeira; contudo, o mais divertida possível.
É esse equilíbrio que o caricaturista de Coimbra procura obter: divertir os outros, sem magoar o próprio caricaturado.
 O mesmo se passa quando o/a estudante é uma pessoa cheinha. Também isso deve ser tratado com tacto, por parte do caricaturista.
 Afinal, uma plaquete vai durar uma vida (aliás, vai sobreviver ao caricaturado; ainda há pouco vos falei da primeira plaquete de Coimbra, que tem mais de 100 anos).
 Não é, portanto, legítimo que os filhos, os netos de cada um destes caricaturados se deparem com uma visão negativa do seu (da sua) familiar...

Hoje em dia, esta questão da susceptibilidade coloca-se com muito mais frequência ao caricaturista do que há 20 ou 30 anos. Porquê?

 Porque é agora muito maior a percentage de mulheres quartanistas. E elas cultivam mais a auto-estima e a própria imagem. E é dado adquirido que uma caricatura não se rege, propriamente, pelas regras do esteticista...
 A Caricatura para a imprensa é outra coisa. Aí, o caricaturista está a publicar trabalho de opinião. E, frequentemente, opinião demolidora...
 Muitas das caricaturas que desenhamos para os jornais, são verdadeiras cacetadas nas costas do político X ou no político Y.
 Tanto se nos dá que o político caricaturado goste ou não goste da caricatura que o visa; aliás, mau sinal seria se ele gostasse...
 Costuma, até, dizer-se que é mau para um político ser caricaturado, mas...
 ...mas é bem pior não o ser!
 O político sabe bem que, ao ser caricaturado nos jornais, isso é sinal do seu estatuto. Significa que passou a ter dimensão, deixou de ser um anónimo.
 É um bocado esse espírito que reside nisto das caricaturas das plaquetes de Coimbra: quado for para a vida do trabalho, ele (ela) leva um diploma e uma caricatura!
 O diploma atesta a conclusão da vida académica, ao passo que a caricatura atesta a conclusão da vida social coimbrã.
 Por se tratar de uma especificidade de Coimbra, aliás secular, coisa que não existe em mais nenhuma academia fora de Portugal, isto das caricaturas coimbrãs e das plaquetes deveria merecer uma especial atenção das enntidades académicas e civis.
 Contudo, trata-se de um patrimónico ostracizado, não obstante distintivo da cidade. As instituições têm receio destas coisas do Humor. Um receio... ridículo!...


Uma capa em cima da hora
No ano passado, estava eu la lufa-lufa dos desenhos das caricaturas, quando de repente um curso de Relações Internacionais me pede um desenho para a capa da plaquete! E eu sem tempo! E eles sem uma ideia! E lá me ocorreu este iodeia para este cartoon, apoiado na realidade internacional do momento

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

...e depois os caricaturistas é que são uns brincalhões!

Ensaios para uma legenda

Parafraseando Coimbra: "Eis a Real República!"
Ou então: "Real República dos Cágados".
(Perdoem-me a ignorância da pergunta: Depois do acordo ortográfico, cágados leva acento?)
Outra hipótese de legenda: "O Estado da Nação"

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ser Caricaturista de Coimbra é uma especialidade

Com mais de um século de história, a Caricatura de Coimbra é uma especificidade da arte do exagero.
Na caricatura acima, a quartanista fez questão de que a plaquete do seu curso registasse para a posteridade a dúvida existencial da retratada: "Esta sou mesmo eu?!?"
A Caricatura coimbrã tem este problema: quem paga ao caricaturista é o caricaturado (não é assim, quando o caricaturista trabalha para um jornal...) e, por isso, muitas vezes acha-se no direito de avaliar

o desempenho artístico do autor e até, não raro, de limitar o nível do exagero.


Hoje emdia a situação é tanto mais assim, quanto é certo que presentemente é maior o número de estudantes do sexo feminino.
 As mulheres são bastante mais difíceis de caricaturar, quer pela suavidade dos seus traços...
 ...quer pelo acrescido cukto da imagem que elas possuem, bem mais do que o homem.
 Além disso, a mulher cultiva mais a imagem do que o homem.
 Chega a neutralizar, a maior ou menor nível, as particularidades distintivas, que são a argila com que se molda uma caricatura.
 É por isso que a caricatura de um homem se faz em menos tempo e com melhor resultado.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CURRICULUM DE ZÉ OLIVEIRA

http://caricaturalivrosdecurso.blogspot.com (só trabalhos para estudantes)

http://chavedoburaco.blogspot.com (Um jornal da caricatura; parado há algum tempo)


http://caricatura.blogs.sapo.pt (só disponibiliza ARQUIVO, pois não é actualizado)


http://zeoliveira.blogs.sapo.pt (só disponibiliza ARQUIVO, pois não é actualizado)


http://fecoportugal.blogspot.com (da associação cuja Direcção preside)


http://lumege.blogspot.com (alude a vivências na guerra colonial - Angola)


Curriculum resumido:


Nasceu em 1946 na aldeia de Cavadinha (Urqueira-Ourém).

Tem vários prémios e distinções

Tem 6 livros editados (Três como autor único, dois a quatro mãos - um com Luís Afonso do Público e outro com Gogue do Faro de Vigo e um com mais quatro cartoonistas)

Foi topógrafo

É jornalista, presentemente ocupando-se como caricaturista, cartoonista e ilustrador

Publica em Caixa Aberta, revista do STEC - Sindicato dos trabalhadores do grupo Caixa Geral de Depósitos e no Trevim da Lousã. E ilustra manuais escolares da Porto Editora

Publicou durante mais de 20 anos no Região de Leiria

Publicou em Os Ridículos, Flama, Pé de Cabra, A Chucha, Barraca, Brincalhão, Centro Desportivo, Magazine, O Coiso, etc etc etc

Tem trabalhos publicados (imprensa) em Portugal, Espanha, México, Honduras e Costa Rica



Curriculum mais desenvolvido

2012 – Escreveu uma das badanas do livro de cartoons de Mário Teixeira, editado no Canadá

2012 – Escreveu o post-fácio do álbum de BD Manegas o Indignado, de Pedro Manaças

2012 - Comissário da Festa da Caricatura da Lousã, em representação da FecoPortugal - Associação de Cartoonistas, cuja Direcção preside

2011 - Integrou o juri de selecção da exposição internacional de cartoon "Direitos Humanos" (Feco + Amnistia Internacional)

2011 - 1º Prémio no Concurso de Natal Club Nielsen

2010 - Artista convidado para a exposição individial bienal "Paralelo", do SAAL das Cortes (Leiria)

2010 - Em Outubro, representou Portugal no Congresso Iberoamericano dos Humoristas Gráficos organizado pela Fundación General de la Universidad de Alcalá de Henares (Madrid). Foi o único português convidado.

2009 - Participou na última semana de Outubro no congresso do Encontro Ibero-americano de Caricaturistas, na Universidade de Alcalá de Henares (Madrid)

2009 - Participou (com desenhos e pessoalmente) no Salão de Humor de Imprensa de Saint-Just-le-Martel (França)

2008/2009 - Presidente da FecoPortugal-Associação de Cartoonistas

2008 - Nomeado Embajador honorário de Granada pelo Ayuntamiento de Granada

2008 - Diploma de Honra da Tertúlia BD de Lisboa

2008 - Membro do Juri da I Bienal de Humor Luis Oliveira Guimarães

2007 - Nomeado Ujier Mayor encargado del humor del palácio consistorial de Granada

2007 - Medalha de Mérito Cultural J. Carlos, atribuída pela Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais - ABD

2007 - Medalha de Honra ao Mérito, atribuída pela Casa-Museu Maria da Fontinha, (Castro Daire)

2007 - Diploma de Reconhecimento ao Mérito, atribuído pelo Elos Clube de Leiria

2006 - 3º Prémio no Concurso de Natal Club Nielsen

2006 - 3º Prémio no Salão Luso-Galaico de Caricatura de Vila Real

2005 - 1º Prémio no Concurso de cartoon de Natal Clube AC Nielsen

2004 - Homenageado com Prémio AmadoraCartoon-04

2001 – Foi um dos prefaciadores do livro de cartoons “La Tapa Negra” (Espanha) de Harca

2001 - Grande Prémio Salão Nacional de Caricatura

2001 - 1º Prémio Nacional Ilustração de Imprensa

2000 - 1º Prémio Nacional Cartoon de Imprensa

1991 - Menção Honrosa Cartoon de Imprensa

Seis livros de cartoon publicados (Três individuais e dois em parceria; um com Gogue (Galiza), e outro com Luís Afonso (Portugal); e outro com mais quatro cartoonistas.

Colaborou no glossário do último volume da História da Caricaturade Imprensa em Portugal (1999 - 2002, por Osvaldo de Sousa. E tem vários trabalhos seus em vários volumes)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Caricaturas para a Queima, já!

Quanto mais cedo forem desenhadas as caricaturas para a plaquete da Queima das Fitas de Maio próximo, mais qualidade terão e mais baratas ficam.
Tratando-se de um trabalho sazonal, significa isso que o tempo é curto para que os poucos caricaturistas de Coimbra tenham possibilidade de produzir um trabalho de qualidade.
E creio que todos estarão conscientes de que Caricaturista é um "animal" raro. Com qualidade, surgem mais ou menos dois por milhão de habitantes. Portanto, em Portugal existem cerca de 20. E, seguramente, não estão todos em Coimbra!
Com traço amadurecido, trabalham em Coimbra uns três (quando muito, quatro).
Portanto, são poucos para produzirem muito trabalho em pouco tempo.
A solução é começarem a desenhar as caricaturas da próxima Queima o mais cedo possível; pelo menos em Outubro.
De modo geral, os caricaturistas de Coimbra tentam fomentar esse começo atempado. Como?
Sensibilizando a academia para o facto (como estou a fazer, com estas palavras, aliás repetidas, repetidas, repetidas!!!)
Mas o que melhor convence "o pessoal", é o caricaturista propor-se trabalhar mais barato durante os primeiros meses lectivos.
Por minha parte, até Dezembro, além de praticar preços pouco mais do que simbólicos, ofereço gratuitamente a elaboração gráfica da capa da plaquete. É um reforço de economia.
Para recorrer aos meus serviços, basta contactarem-me através de um dos meios indicados no cabeçalho deste blogue.
Acerca do profissionalismo, da dignidade e do espírito académico com qua cada caricatura é elaborada, melhor do que eu falam os meus desenhos.

É muito fácil trabalhar comigo: em regra, desloco-me a cada faculdade em data e horário pré-definidos, de modo a proporcionar aos estudantes uma significativa economia de tempo.
Só mais uma coisa: nestes primeiros meses os preços são muito mais baixos, mas podemos contratar agora (a preços de agora) e fazer o trabalho um pouco mais tarde, caso seja de vossa conveniência. E, mesmo nesse caso, manter-se-á o preço de agora.
O ideal seria fazer AGORA o trabalho, mas compreendo que vos possam faltar ainda condições suficientes.