Uma caricatura, seja ela para plaquete de Queima das Fitas ou não, deve ser sempre desenhada a partir deste pressuposto: trata-se de uma obra de arte. E mal procede o caricaturista que não cumpra esse preceito.
Mas frequentemente o caricaturista é confrontado com a "exigência" de inclusão de mil e uma referências acessórias (o cão, o gato, o periquito, o namorado, o cágado, a míngua de dinheiro, o telemóvel, a carteira (em forma de regador ou outro formato bizarro, a bebedeira, as frases da treta, o carro, a viagem de curso, a tia, os sobrinhos, as músicas do Zé Cid, a Hellow Kit, o pássaro Piu-piu...
Nestas condições, não é fácil (dito de outra maneira: é impossível) que o desenho venha a ser uma obra de arte. Pelo contrário, é um simples amontoado de riscos que ninguém tem pachorra para ler. E lá se vai a dignidade plástica que toda a obra de arte tem de ter. E no caso da caricatura, essa dignidade caracteriza-se muito pela síntese.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
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