quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Academia de Castelo Branco

Esta estudante, tal como os seguintes e os anteriores, fez o seu curso em Castelo Branco.
As novas academias estão a assumir a tradição da caricatura de final de curso, como componente importante da Queima das Fitas. Em Coimbra, o Livro de Curso praticamente desapareceu, restando apenas a plaquete (pequeno caderno). São as novas academias o garante da continuidade do Livro de Curso tal qual Coimbra o conhecia ainda não há muitas décadas.

Os jovens merecem tudo

A Queima das Fitas é a primeira grande festa (ou a última?) da vida de um estudante. Por isso tento respeitar os seus caprichos quando me pedem que retrate na caricatura coisas como... o carro da sua vida. Mal eles sabem quanto tempo se perde com estes "detalhes"! Pesquisar... desenhar... Mas os jovens merecem tudo! (Não valorizam convenientemente o trab alho do caricaturista... mas isso é outra conversa!)

Caricatura é um exercício de síntese

Este madeirense foi económico na encomenda dos elementos cenográficos. Por isso o desenho resultou agradável. Sobrecarregar as caricaturas com "bocas", como se faz presentemente em Coimbra, rouba às caricaturas uma coisa que é essencial neste género de arte: síntese.
(Este estudante e os que aparecem acima não pertence à academia de Coimbra)

"Bocas" em vez de cenário

Está visto que esta jovem aprecia Espanha, toiros e cavalos. E Alentejo.
É essa a síntese que adoptei para lhe criar o cenário (aquela coisa que na caricatura de Coimbra passou a chamar-se "bocas", designação depreciativa que radica no facto de este género de alegorias demorarem tempo para serem desenhadas, preferindo os caricaturistas das plaquetes, desde há cerca de 20 anos para cá, escrever umas frases ou deixar que os estudantes as escrevam. Falaremos disso mais acima.
CONTACTAR ZÉ OLIVEIRA É FÁCIL:


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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Preços das caricaturas estão uma miséria

Esta caricatura tem a data de 1954 e foi desenhada pelo próprio, aliás admirador de Van Gogh, como se verifica por um dos elementos acessórios.Naquela altura havia um estudante ou outro que recorriam à autocaricatura, como fez este médico.



Vejamos esta ampliação do que ele escreveu em jeito de assinatura: " Eu visto por mim (e poupei 50 paus.)". Creio que todos saberão que o pau era o mesmo que o escudo, mas em linguagem popular.



Esta nota manuscrita é uma clara informação de quanto custava uma caricatura em 1954: cinquenta escudos.


Era caro? Barato? Vamos a uma pequena investigação (em escudos, se não se importam):

Neste meio século e reportando-nos à amostragem, um café foi das coisas que menos subiram. Só vencido pelo custo de uma caricatura!!!



Tomar um café faz-se hoje por 178 vezes mais, enquanto que uma caricatura para uma plaquette apenas multiplica por 80 o seu custo.



Em termos médios, a amostragem acima permite concluir que o custo de vida subiu para 251 vezes mais, desde 1954 até 2010. Ou seja: se uma caricatura custava 50$00, deveria custar agora 12 550$00. Na nova moeda: mais de 62 euros.



Portanto, as caricaturas em Coimbra estão a ser pagas por um terço do seu real valor. Para não falar nos preços que praticam os caricaturistas iniciados, na tentativa de conseguirem mercado, ambição mais do que legítima.



Mas há mais: hoje em dia, os estudantes querem que fique registada na caricatura a sua vida integral, como se aquele rectângulo de papel fosse um album de Banda Desenhada com 200 páginas. E isso duplica (DUPLICA!) o tempo dispendido, quando comparado com os desenhos que se produziam há umas décadas.



Consequências



Como não há milagres, a qualidade da Caricatura em Coimbra está a baixar. Não por falta de talento dos caricaturistas, sim por falta de tempo para um trabalho mais elaborado. Portanto, o estudante não ganha com a degradação da situação. Os parcos euros que economiza, que afinal não significam mais do que umas quantas (poucas) cervejas, seriam (porque multiplicados) um razoável aumento de rendimento para os artistas, traduzido numa melhoria da qualidade dos desenhos.




Um original de uma caricatura, se tiver uma assinatura com cotação no mercado de arte, é património que o estudante guarda para a vida. Mais valioso, se desenhado com cuidado; e com tintas que resistam à degradação da luz. Com preços de miséria, a tendência é que o resultado seja miserável. Com interesse para alguém? Claro que não! Muito menos para a Academia, que vê degradar-se a qualidade deste seu património centenar, que não existe em mais nenhum país do mundo (embora a expandir-se para outras academias portuguesas, curiosamente com melhor nível de remuneração).

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A vida é uma treta

A vida é uma treta, para usar o título das Conversas que foram êxito assinalável para António Feio. A vida vai deixando cair não só os taciturnos, mas também os bem-humorados - até mesmo aqueles que teimam enfrentar um câncro sem dramatismo e apostam que hão-de matar o bicho a rir.
Esta minha caricatura ilustrava o blog do António. E a apartir de agora fica também aqui, para que todos o recordem com um sorriso quando por aqui passarem.

sábado, 31 de julho de 2010

Caricaturas "todas iguais"?

Por vezes, ouvimos os estudantes comentarem que "as caricaturas desta plaquette são todas 'iguais' ".

É certo que quando se é jovem (e os estudantes, em regra, são jovens), os traços diferenciadores da fisionomia de cada um são menos individualizados do que nos mais adultos. Mas atenção! o essencial de uma caricatura não é captar uma fisionomia. É, sim, retratar uma identidade! E a essencia identificativa de cada um de nós é de natureza mais psicológica do que física. Portanto, tenhamos em conta que desenhar um rosto é "fácil".

O que é difícil é obtermos, em cinco minutos, um conhecimento (não digo um desenho, digo um conhecimento) do perfil psicológico do indivíduo. Por isso eu estou permanentemente a conversar com o caricaturado; a tentar perceber que tipo de pessoa é. Se é impulsivo, se é romântico, se é aventureiro, se é hábil para ganhar dinheiro, se é altruista, se é preguiçoso, se é glutão, se é generoso...

O problema é que, tendo esta actividade artística um carácter sasonal, os desenhos são elaborados sob a pressão do tempo. E isso propicia o desenvolvimento de estereotipos, acaba por rotinar a mão e a visão "deformante" do caricaturista, acaba por submergi-lo na falta de tempo.
Pelo que me diz respeito, tento o mais possível não caír nesse vício, encarando cada rosto como um novo desafio que é preciso encarar numa perspectiva artística e não apenas numa
perspectiva artesanal. Numa perspectiva psicológica e não apenas sob um ângulo gráfico. Por isso tanto posso demorar três minutos para "sacar" os traços de um indivíduo, como demorar meia hora.

"Boca"... e (algum) descanso

Pela caricatura se percebe que esta estudante de Coimbra é a "repórter" da turma.
Não abusou na quantidade de conteúdo cenográfico (certamente que a sua alma de repórter lhe permite avaliar selectivamente o essencial e o supérfluo de uma imagem). Mesmo assim, apesar da relativa parcimónia de conteúdo, a estrutura geral do desenho obrigou-me a ocupar a zona da testa.
Amplie a imagem, para perceber melhor.

Chutar o texto para... canto!

Neste desenho, ultrapassei (parcialmente...) a demasia de conteúdo, inserindo uma longa frase a "emoldurar" o canto. Uma frase grande, quando já de si o conteúdo é abundante, torna-se um empecilho.

Namorado portátil


Gosto de me divertir a desenhar os (as) namorados(as) dependurados(as) no braço!...

Pedidos difíceis...

Aparece-nos cada pedido! Esta jovem quis que eu desenhasse um peixe a abaçar uma girafa (bem... uma girafa a abraçar um peixe!!! Porque peixe não tem braços!...). O pedido deve ter sido inspirado nalgum filme... Digo eu! Existe algum filme em que um peixe e uma girafa se abracem?

...o boneco da Seven Up

Foi a segunda vez que um caricaturado me fez lembrar o boneco da 7Up. E aproveitei isso em dois desenhitos da cenografia. Clique na imagem e amplie com a lupa, para ver isso melhor.

Blá Blá Blá

Remeto-vos para o texto abaixo

Haja mais desenho e menos "conversa"!

Nunca é de mais insistir neste ponto: uma Caricatura não é a biografia do estudante em Banda Desenhada. A tendência, a partir dos anos 80 do século passado, tem sido "atafulhar" os desenhos com comentários escritos (manuscritos). Claro que o caricaturista, se for consciente e profissional* prefere dispender um pouco mais de tempo e criar mais dois ou três bonequinhos divertidos do que escrever... escrever... escrever...
O exemplo acima é demonstrativo da minha preocupação em "arrumar" toda a "conversa" atrás da nuca e costas, libertando o perfil de tal "nevoeiro". Mas nem sempre é possível. Depende da quan tidade...

*Aí para cima, reflectiremos acerca dessa coisa de ser ou não ser profissional nesta matéria

Os estudantes são amáveis

Uma pessoa não anda nisto do desenho das Caricaturas só pela retribuição material (bem baixinha ela anda, aliás!...).
Digo-o, a propósito de uma postagem que encontrei por mero acaso no blog "Geologia 2010, Odisseia no Calhau", repositório de recordações de estudantes que queimaram fitas em 2010.

A Sónia Freitas deu-se ao trabalho de agrupar (três a três e mediante colagem virtual) as caricaturas que criei para a plaquette deles. E foi mais além: elegeu alguns dos elementos cenográficos que desenhei, destacando-os. Em separado, adquirem a visibilidade que muitas vezes (ingloriamente) lhes escapa na reduzida dimensão em que são impressos.

Não é só pelo que cobro (bem pouco, repito) que ando nestas coisas; gentilezas como esta também são salário (não serve para aconchegar o estômago, mas aconchega o coração).

Obrigado, Sónia, pela simpatia!!! Visitável em
http://geologia2010fctuc.blogspot.com/2010/01/as-caricaturas-estao-caminho.html

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Zé Oliveira na TV (clique no link)

Para ver e ouvir, clicar nas linhas seguintes:
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http://www.tvalentejo.tv/index.php?view=2010011922302577&t=3
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sábado, 9 de janeiro de 2010

Caricaturas sobrecarregadas...

Esta caricatura nem é um exemplo dos mais flagrantes. Mas volta e meia, desfolhamos plaquetes de Coimbra com caricaturas sobrecarregadas de conteúdo cenográfico (as popularmente chamadas "bocas").
Repare que o caricaturista teve a preocupação de deixar o rosto do estudante quase totalmente liberto de "bonecada". Mas às vezes é impossível... Quando a quantidade de "bocas" é demasiada, o rosto fica afogado numa confusão gráfica. E é pena, pois o interesse destes desenhos não se esgota na Queima das Fitas. Ele subsiste, como património artístico, permanentemente a valorizar.

Plaquetes com caricaturas de professores




Por vezes, os estudantes manifestam a simpatia que nutrem por um ou outro professor, convidando-o a participar na plaquete do grupo, acrescentando a sua caricatura às dos próprios estudantes. Eis dois exemplos (Coimbra).
A caricatura de cima foi desenhada presencialmente; a de baixo foi desenhada com recurso a três ou quatro fotos.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Caricaturas com e sem atitude específica

A caricatura acima, desenhada para uma plaquette de Coimbra, foi elaborada considerando uma actividade desportiva do caricaturado.
A de baixo corresponde à pose mais tradicional dos livros de curso coimbrões.
Ambas foram desenhadas presencialmente, aliás o processo mais aconselhável. No entanto, uma vez por outra recorro à fotografia, por exemplo quando os estudantes estão a estudar longe (Erasmus).

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Desenhado com caneta, pintado em Photoshop

Dedico este desenho ao meu amigo Joaquim Belisário, "velho" companheiro das andanças liceais no então Liceu D. João III agora Escola Secundária José Falcão ali quase à Cruz de Celas (Coimbra). E companheiro dos primeiros rabiscos satíricos, dele e meus, na imprensa de então. Estivemos muuuuitos anos sem nos encontrarmos e, agora, volta e meia bebemos um copo, para celebrarmos o nosso regresso às aventuras caricaturescas, ele no Despertar e Diário de Coimbra e eu por onde calha.

Os noivos deste grupo foram casar à Madeira e levaram consigo todo este maralhal para "segurar a cama". E decidiram assinalar o acontrecimento, encomendando-me esta caricatura colectiva, que foi reproduzida em 15 exemplaresque numerei e assinei (como se faz com as gravuras). Ofereceram o original aos noivos (mais uma cópia colorida) e cada membro do grupo guardou um exemplar.
Para ampliar as imagens, clicar sobre cada uma

Esta caricatura foi prenda de anos

Este é um dos últimos bonecos de Zé Oliveira e retrata o Arnaldo Carvalho, um dos elementos históricos do grupo musical Brigada Vítor Jara.
Arnaldo é cúmplice, na sua condição de sindicalista, aliás dirigente do STEC - Sindicato dos Trabalhadores do Grupo CGD, do caricaturista no desenvolvimento do cartoon que Zé Oliveira desenha regularmente para o boletim do STEC. Como o humorista é desconhecedor da problemática que se vive no meio laboral bancário, é o Arnaldo a sua "musa inspiradora"!
Esta caricatura (acima) fez parte da prenda de anos com que o sindicato o brindou.

Quem é a Brigada?
A Brigada Vitor Jara nasceu em Coimbra em 1974, após o 25 de Abril, para o qual e após o qual, a música popular e a música de intervenção com raízes tradicionais tiveram um papel importante. A banda chamou-se assim em memória do cantor chileno com o mesmo nome, morto pelos militares após o golpe de Pinochet, no Chile, em 1973. Ao longo dos anos, os membros da Brigada recolheram músicas de todas as regiões portuguesas e os seus concertos reflectem esta diversidade com canções mais ritmadas do norte, belas harmonias do Alentejo e até influências do estrangeiro trazidas por emigrantes de lugares tão contrastantes como o Norte de África e a Escócia. Hoje a Brigada Vitor Jara é considerada por muitos como o grupo de referência da nova música tradicional. Gradualmente, a banda introduziu novos instrumentos e fez novos arranjos criativos trazendo assim novas sonoridades para a música tradicional não se limitando a reproduzi-la. Como disse um velho admirador da Brigada - "Vitor Jara sentir-se-ia certamente orgulhoso" (Texto sobre a Brigada e foto transcritos de http://www.attambur.com/Grupos/brigadadir.htm)